V Paulinia Film Festival encerra com homenagens e debates

Como vocês viram aqui acabou nessa sexta-feira, 14, o V Paulinia Film Festival.

Entre os destaques da última noite estão as homenagens feitas antes do encerramento do V Paulinia Film Festival com o filme O Lobo Atrás da Porta:

A Secretária de Cultura da cidade, Monica Trigo, fez uma bela homenagem à ex-primeira-dama Regina Moura, morta este ano. A atriz Denise Fraga e o diretor Luiz Villaça subiram ao palco para agradecer à homenagem ao filme O Contador de Histórias.

Luciana Bezerra, uma das diretoras de 5x Favela (2010) foi homenageada junto com a atriz do filme, Dila Guerra, que parabenizou a cidade “pelo que ainda está por vir”.

Trabalhar Cansa, vencedor do Prêmio Especial do Júri em 2011, foi outro longa homenageado da noite.

O crítico e idealizador do Paulinia Film Festival, Rubens Ewald Filho, foi o último homenageado da noite. “Tenho muito a agradecer a Paulínia, ao Edson, foi um privilégio”, agradeceu, saudado pelo público que encheu o Theatro Municipal Paulo Gracindo.

O festival também fez com que profissionais discutem benefícios de acordos entre países no V **Paulinia Film Festival:**

Responsável pelas políticas do audiovisual do governo da Catalunha, o espanhol Carlos Cuadros encontrou os produtores Leonardo de Barros (da Conspiração Filmes) e Fabiano Gullane (Gullane Entretenimento) para conversar com o público sobre coproduções internacionais para a TV e para o cinema.

Ao explicar as vantagens de coproduções entre países, Leonardo listou razões econômicas – não é preciso levantar todo o dinheiro da produção sozinho -, estratégicas – a certeza de exibição do filme em outro país, no caso de uma coprodução Brasil e França, por exemplo – e culturais, como a troca de experiências e conhecimento. “As coproduções podem gerar know-how“, pontuou. “É uma forma de aprender diretamente com quem já sabe fazer, especialmente em animação.”

“Se eu faço um produto com a Inglaterra, as chances desse produto ir para o EUA, Austrália e África do Sul, por exemplo, são maiores”, completou, lembrando que apesar do público muitas vezes desconhecer isso, filmes como Central do Brasil são coproduções – nesse caso, com a França, país com o qual o Brasil mantém um acordo de coprodução. Os americanos não assinam tais acordos.

A experiência espanhola

“Nós que não somos Hollywood precisamos nos proteger”, disse Carlos Cuadros, lembrando a política desenvolvida pelos EUA de ocupar a totalidade de salas mundo afora a partir dos anos 1920. Na Espanha, leis protecionistas e de coprodução ajudaram a diversificar as produções exibidas no país, especialmente para a TV. “Um filme com 20% de investimento espanhol já pode ser considerado uma coprodução nacional”. O que significa que, além de garantir a exibição, o filme tem acesso a todas as linhas de apoio nacionais. Uma coprodução recente entre os dois países foi Lope, de Andrucha Waddington.

“Países como os EUA e a França, que apostaram no audiovisual como uma forma de exportar seus produtos, fizeram a escolha certa anos atrás”, complementou Fabiano Gullane, coprodutor do longa português Tabu, premiado no Festival de Berlim.

Fabiano lembrou das descontinuidades das políticas audiovisuais no Brasil e analisou o momento vivido pelo país com a Lei da TV Paga, que estabelece a obrigatoriedade de exibição de uma cota de produções brasileiras e de produções independentes nas TVs por assinatura. “A lei vai ajudar a oxigenar a programação”, avalia, além de ajudar a formar profissionais – roteiristas, diretores de fotografia, montadores – que, a seu ver, são escassos. ”Não abrir os olhos para a TV seria um suicídio”, completou.

Confira as fotos do V Paulínia Film Festival por Aline Arruda: http://www.flickr.com/photos/pauliniafilmfestival/

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