Seal Mantém Público Fiel Após Duas Décadas
escrito por Leandro Reis
fotografias por Marcelo Rossi e Rafael Koch Rossi
Vinte anos após o lançamento do hit “Crazy”, que fez com que ganhasse rádios e adeptos no início dos anos 90, Seal se mantém como nome presente na cena musical soul mundo afora.
Seal Henry Olusegun Olumide Adeola Samuel, ou apenas Seal, é um daqueles casos de frontman que possuem o talento nato de conquistar todos os holofotes do grid de iluminação. Não restam personagens secundários na banda, apenas figurantes, seleção natural que ocorre não por narcisismo, mas de algo sutil que acontece entre artista e público.
O cantor alertou logo após a terceira canção do show realizado no Credicard Hall nesta última quinta (17): “A única regra dessa noite é: não existe ‘você’, não existe ‘eu’. Hoje só existe ‘nós’”. Não é bem assim. O público também vira mero objeto de cena utilizado por Seal para firmar sua imagem como artista de renome que resistiu às invenções de gêneros, revoluções na indústria musical ou simplesmente ao tempo, e nem precisaria gastar seu carisma para tanto. Seu maior trunfo é o talento, e é nisso que sua apresentação se apóia.
Sua voz não se intimida na equalização da mesa de som, e sim ganha destaque, o que não raramente ocorre às avessas em casos de cantores menos privilegiados.
Pedindo constante aproximação do público para a beira da pequena passarela que se estendia do palco, Seal passou boa parte de algumas músicas em contato direto com os fãs, segurando mãos e posando para fotos.
As músicas sofreram poucas modificações ao longo dos anos, com uma ou outra flertando com o eletrônico, mas a grande maioria mantém seus traços R&B do começo dos anos 90, o que inclui metais, backing vocals e caixas de bateria com reverb. O cantor dosou sucessos como as badaladas “Kiss from a Rose”, “Crazy” e “Killer”, com canções de seu último álbum, “Commitment” (2007).
Mesmo para quem possa achar o romantismo das letras um tanto exagerado e as melodias, no geral, um tanto homogêneas, o fato de assistir ao vivo uma voz afinada, com técnica e energia para segurar um show com mais de uma hora e meia, já vale o ingresso.
Para quem perdeu, o cantor volta à casa de espetáculos no dia 24 desse mesmo mês, show que faz parte de sua turnê pela América do Sul. Ainda no Brasil, Seal se apresentou dia 19 no Rio de Janeiro, 20 em Belo Horizonte, e se apresentará dia 23 em Brasília, 26 em Fortaleza e 27 em Recife, partindo depois para o México.
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Setlist
- If I'm Any Closer
- Loaded
- Killer
- It's a Man's, Man's, Man's World
- Weight of My Mistakes
- I Can't Stand the Rain
- Soul Medley
- Prayer for the Dying
- Just Like You Said
- Love's Divine
- The Way I Lie
- My Vision
- The Right Life
- Violet
- Kiss From a Rose
- Crazy
- Amazing
- Secret
- Silence