Machete

escrito por Thiago Henrique

O que surgiu apenas como um trailer falso em Grind House tornou-se um longa-metragem consistente dirigido por Robert Rodriguez e protagonizado por Danny Trejo que interpreta Machete, um ex-agente federal mexicano, com um gosto especial por facas, que depois de perder sua família, foge para os EUA e acaba recebendo uma proposta para assassinar o senador Jonh McLaughin (Robert DeNiro). Machete aceita, porém acaba caindo em uma armadilha, pois esta proposta fazia parte de um plano para conquistar mais votos para o senador que defende a construção de uma grande cerca para afastar todos os mexicanos ilegais do país.

Com muitas explosões e tiroteios, Machete sobrevive a tudo e acaba sendo ajudado por uma série de pessoas como no caso da agente do departamento de imigração Sartana Rivera (Jessica Alba) e também pela vendedora de tacos e grande revolucionária Luz (Michelle Rodriguez). Acaba sobrando até mesmo para seu irmão (Cheech Marin), que agora é padre, mas ainda é muito habilidoso com armas e nada misericordioso utilizando uma escopeta.

Além dessas participações, o filme ainda conta com a presença de Lindsay Lohan, no papel de uma garota rica, fútil e viciada que quer se tornar modelo. E por último, mas não menos importante: Steven Seagal, que encarna o papel de Rogelio Torres, um dos chefões e líder do tráfico de drogas no México.

Apesar de “Machete” ser um filme cheio de referências e clichês dos típicos filmes de ação norte-americanos, e também muitas vezes se assemelhando aos primeiros longas-metragens dirigidos por Rodriguez como “El Mariachi” (1992) e “A Balada do Pistoleiro” (1995), podemos enxergar que além de muita ação, tiros e frases de efeito, este filme possui um tema social: o problema dos imigrantes ilegais mexicanos nos EUA.

Portanto “Machete” não é apenas um filme de ação, mas também um meio de discutir os problemas dos imigrantes mexicanos que nesta trama é apresentada por uma grande organização denominada “A Rede” a qual possui desde criminosos e marginalizados a trabalhadores como jardineiros, cozinheiros, enfermeiras e médicos. E a grande pergunta é: por que estas pessoas são tão criticadas e até mesmo tratadas como terroristas se elas ajudam o progresso da sociedade americana através de sua força do seu trabalho?

“Machete” é um grande filme que por trás de um estereótipo de muita ação e adrenalina possui em seu interior, um pouco de reflexão sobre a sociedade americana. “Machete” não é apenas uma paródia dos filmes B o que o torna melhor que os dois filmes originais de Grindhouse (“Planeta Terror” e “Á Prova de Morte”). Em “Machete”,tudo tem sua razão para ser apresentado: a religiosidade, a quebra de valores, e o sentimento de união dos mais oprimidos. Pode-se se dizer que Machete é um filme completo que tinha tudo para ser superficial.

Com muito orgulho produzimos jornalismo cultural de qualidade entre 2010 e 2016