Deixe-me Entrar
escrito por Thiago Henrique
Que “Crepúsculo” que nada! Após toda essa febre, certas criaturas como vampiros e lobisomens não colocam mais medo, eles se tornaram alvo do mercado e agora são celebridades “teen” perdendo cada vez mais sua aura aterradora e essência maligna. Antigamente, garotinhas podiam até ter pesadelos onde se viam fugindo de vampiros, no entanto hoje estas mesmas garotinhas sonham em se casar com um vampiro como Edward.
Deixe-me Entrar, é um remake do filme sueco Deixa Ela Entrar (Låt Den Rätte Komma In, 2008) que recupera a atmosfera de terror do sobrenatural através da relação entre Owen (Kodi Smit-McPhee), um garoto de 12 anos que é maltratado pelos valentões da escola, e Abby (Chloe Moretz, a Hit Girl de Kick-Ass), que aparentemente é uma garota de 12 anos mas que na realidade esconde um grande segredo: há muito tempo ela tem essa idade.
Os dois representam o que seria o relacionamento de uma pessoa comum com uma criatura abissal: namorar um ser das trevas não deve ser nenhum mar de rosas pois existem alguns problemas a serem enfrentados como a sede por sangue e o instinto assassino. Abby tem todo esse potencial diabólico que é realmente aterrador em alguns momentos, mas que acaba opondo-se ao seu carisma de garota doce e delicada, que ao mesmo tempo cativa o espectador e serve como forma de atrair suas vítimas.
Owen e Abby são o mais novo “Romeu e Julieta” dos filmes de horror, representando realmente o dilema do relacionamento entre um ser das trevas e uma pessoa comum, completamente diferente ao casal Edward e Bella, que mais parecem Ken e Barbie do mundo sobrenatural, acompanhados de vampiros “vegetarianos” que brilham a luz do dia e lobisomens anabolizados que poderiam ser personagens secundários de Malhação. “Deixe-me Entrar” nos traz todo um clima de suspense, mas não poupa em cenas de violência e sangue.
Esta obra de arte foi considerada o melhor filme de horror da década pelo grande mestre Stephen King. Um filme para todos aqueles que gostam da temática do sobrenatural, sejam fãs ou não de “Crepuscolo”.