Avenged Sevenfold e Seus Sete Mil Soldados

escrito por Leandro Reis

fotografias por Marcelo Rossi

Bandas de heavy metal são conhecidas por terem um grupo específico de fãs, que pode muitas vezes ser classificado como um verdadeiro exército. Dificilmente se vê o mesmo alto grau de devoção em adeptos a outros gêneros musicais. Camisetas, pulseiras e tatuagenstransformam-se em signos e bandeiras daqueles que gostam do rock pesado.

Apenas um dia após a apresentação de Ozzy Osbourne na Arena Anhembi, que ainda contou com abertura do Sepultura, o grupo californiano com pouco mais de 10 anos de idade Avenged Sevenfold foi saudado no palco do Credicard Hall por um exército de 7 mil fãs (lotação total da casa) prontos para abafar qualquer som emitido no palco, não deixando nada a dever contra os 30 mil de Ozzy.

A ressaca pós “Príncipe das Trevas” podia ser vista em camisetas remanescentes da apresentação do dia anterior. Algumas das mesmas pessoas presentes na apresentação de um dos pais do heavy metal ainda ativos, símbolo do rock cabeludo e de coletes de couro, contrastavam em uma apresentação marcada por membros menos capilares e um pouco mais alternativos com relação à imagem do metaleiro clássico. Camisa xadrez a la grunge, boné para traz, cabelos espetados e jaquetas sob medida marcam a nova imagem de um gênero que custa a se diversificar, mas o faz, e talvez seja neste contraste que pode-se definir a posição que o Avenged Sevenfold ocupa no mercado.

A reação provocada no público pela presença da banda foi algo assustador – não raro via-se alguém sendo carregado por seguranças ou em cadeiras de rodas até a enfermaria. Devoção que manteve-se mesmo após o show, registrada em frases como “valeu ter ficado desde às 13h na fila”.

O setlist se concentrou em sua maioria em seleções do álbum “Nightmare”, de 2010, abrindo espaço para diversas homenagens ao baterista Jimmy “The Rev” Sullivan, encontrado morto em sua casa em dezembro de 2009. Os backing vocals gravados por Jimmy foram mantidos como playback, e na música “Fiction” um teclado vazio foi colocado no palco enquanto o vocalista M. Shadows fazia um dueto solitário com a gravação de piano deixada pelo baterista. Também fazendo sua parte, os fãs repetiam “Jimmy” como um mantra entre e durante diversas canções marcadas pelo músico.

A lotação máxima da casa e a adoração entre os fãs pode ser explicada não apenas pela maturidade da banda mas também pelo seu som democrático aberto a qualquer pessoa. Ao contrário de outros exércitos de heavy metal, neste não há limitações para o alistamento.

Setlist:

- Nightmare

- Critical Acclaim

- Welcome to the family

- Beast and the harlot

- Buried Alive

- So Far Away

- Afterlife

- God Hates us

- Bat Country

- Unholy confessions

- Fiction

- Save Me

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